segunda-feira, 25 de abril de 2011

LIXO URBANO - TRISTE REALIDADE.



        A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT -  define “lixo” ou “resíduos sólidos”  como sendo “ restos das atividades humanas, consideradas pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semi-sólido ou liquido, desde que não seja passível de tratamento convencional”.
       Tendo em vista esta definição podemos considerar uma gama enorme de produtos que não nos são uteis, após certo tempo. Na lista desses produtos temos; metais, plásticos, vidros, etc....
Durante esta semana, fui observando os cantos da cidade onde vivo - Foz do Iguaçu, PR - e pude verificar que nós humanos temos em nosso inconsciente o habito de nem ligar pra onde jogamos nosso lixo, pensamos que se apenas jogarmos em algum lugar esse lugar ou pessoas que se interesse pelo assunto irão recolher ou tratar do lixo.
       O lixo também pode gerar chorume e contaminar a água e o solo. Ainda pode servir de abrigo e alimento para animais e insetos que são vetores de doenças. As mais comuns são a leptospirose, peste bubônica e tifo murino, causadas pelos ratos, além de febre tifóide e cólera causada por baratas, malária, febre amarela, dengue, leishmaniose e elefantíase, transmitidas por moscas, mosquitos e pernilongos.  Doenças graves que, dificilmente imaginaríamos que viriam de atitude que por ventura, pode ter sido cometido por nós mesmos ou por parentes e/ou amigos. Nesta foto abaixo, podemos ver que têm varias garrafas do tipo long-neck jogadas no meio do que antes era mato e depois foi incendiado, mostrando que ali têm muitas garrafas deste tipo, logo de cara percebemos que elas são um prato cheio para os mosquitos da dengue, doença essa que está em estado de calamidade no nosso estado, principalmente em Foz do Iguaçu - este ano foi registrado em Foz do Iguaçu 220 casos de dengue. Segundo o chefe do CCZ, André Leandro – Depois deem uma olhada no tamanho da área e imagine quantas garrafinhas destas estão jogadas no meio.


Vejam que não são somente as garrafas que estão jogadas, também temos pacotes de chips, bolachas, pneus, etc...




 A área circulada em amarelo é o local onde tirei as fotos.
FONTE: Google Earth.



  Mais alguns dados  interessantes sobre o lixo urbano;
 - Em 2000 o IBGE registrou 5.993 lixões, 59% deles em municípios com menos de 15 mil habitantes.
 - O brasileiro gera em média, cerca de 0,6 kg/hab./dia de resíduos sólidos urbanos, entre eles materiais orgânicos, seguido de materiais passiveis de reciclagem,  e mais 0,3 kg/hab./dia de resíduos de varrição, limpeza de logradouros e entulhos.
 - O Paraná produz diariamente cerca de 20 mil toneladas de resíduos de todas as origens.
 - O Paraná possui o Programa Desperdício Zero, e visa, principalmente a eliminação de 100% dos lixões no Estado e a redução de 30% dos resíduos gerados.
 - Atualmente, cerca de 70% dos resíduos sólidos gerados no estado do Paraná tem destino adequado.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS

A GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS

Há tempos ouvimos falar de desenvolvimento sustentável e escassez de recursos naturais necessários ao desenvolvimento econômico mundial, mas como desenvolver sem agredir o meio em que vivemos? Como enfrentar essa escassez? Uma das alternativas mais viáveis é a gestão de processos de produção voltados para o do meio ambiente, uma gestão que ao mesmo tempo em que reduz os impactos negativos da produção de determinados produtos, busca trazer economia para empresas.

A gestão ambiental não é um conceito novo nem mesmo uma necessidade nova. O homem sempre teve de interagir responsavelmente com o meio ambiente. Nos casos em que tal não ocorreu, o homem teve de enfrentar as consequências nefastas da sua atuação, e em alguns casos ainda enfrenta.

A acumulação indiscriminada de resíduos que se verificou na Idade Média, com a consequente poluição da água e do ar, resultou em gravíssimos problemas de saúde pública. A industrialização veio para agravar este problema ao contribuir de forma bastante acentuada para a poluição do meio ambiente, é uma forma bastante clara de como o homem se comportou de forma inadequada diante de seus recursos e acabou enfrentando consequências graves para sua própria saúde.

De forma geral, temos que a gestão ambiental é um ponto chave para todas as organizações empresariais, não importando suas dimensões nem os produtos que a mesma produz, a gestão ambiental é necessária para o meio em que a humanidade vive.

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO AMBIENTAL EMPRESARIAL

A preocupação com os efeitos ou impactos ambientais decorrentes da ação do homem no ambiente natural passou a merecer maior atenção a partir da década de 1950, motivada pela queda da qualidade de vida em algumas regiões do planeta, com a industrialização, o desconhecimento dos efeitos resultantes de usos intensivo de carvão se deram inicio as primeiras ocorrências de doenças profissionais e a contaminação das regiões onde predominavam as atividades de mineração. (VALLE; LAGE, 2003)

Na década de 1970, foi conhecida como a da regulamentação e do controle ambiental, após a primeira conferencia de Estocolmo, foram que as nações começaram a estruturar seus órgãos ambientais, a poluição passou a ser considerado crime ambiental, no mesmo tempo que o aumento do preço do petróleo desencadeou uma crise energética mundial, foram estabelecidos argumentos que se preocupavam com a proteção do meio ambiente, foi também nessa década que surgiram as primeiras ideias de valorização de energia a partir de resíduos. Portanto, o conceito de desenvolvimento sustentável começou a ser utilizado a partir desta década.

As décadas de 1970 e 1980 foram conhecidas internacionalmente pelos seus grandes acidentes ambientais, principalmente os de Seveso, na Itália, em 1976, o de Bophal, na Índia, em 1984, o de Chernobyl, na antiga União Soviética, em 1986, o da Basiléia, na Suiça, também em 1986 e o que ocorreu no Alasca com o petroleiro Exxon Valdez em 1989. Estes grandes acidentes, tiveram as suas causas ligadas diretamente, a falhas humanas devido aos processos de segurança não serem cumpridos ou não estarem ainda estabelecidos. Ainda na década de 80, foi notada que a camada de ozônio que circunda o planeta estava degradada e continuava a diminuir. (VALLE; LAGE, 2003)

A partir da década de 90, houve mudança no foco ambiental que passou a ser a otimização de todo o processo produtivo, buscando reduzir o impacto ambiental, foram criadas normas regulatórias internacionais como a ISO 14000, documentos importantes como a Carta da Terra e a Agenda 21, ainda na década de 90, foi anunciado o Protocolo de Kyoto no Japão, um tratado internacional negociado entre as nações mundiais, que entrou em vigor em 2005.

Na década de 1990, a realidade do ambientalismo dentro do mundo dos negócios têm se tornado mais complexo que a simples conformidade com as leis ou a responsabilidade social. Proteção ambiental e competitividade econômica têm se tornadas entrelaçadas. Nascimento; Lemos; Mello (2008) destaca que a partir da década de 90, a sociedade estava muito mais consciente da importância de manter limpo o ambiente e um numero maior de pessoas passaram a valorizar o equilíbrio ambiental e a entender os efeitos nocivos de determinados produtos e os resíduos que este geraria.

A partir deste momento a gestão ambiental, para as organizações deixava de ser um tema problemático para se tornar parte de uma solução maior: a credibilidade da organização em relação à sociedade por meio da qualidade e da competitividade de seus produtos (NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008) ·.

No ano de 2002, foi realizada a cúpula Rio+10, que procurou avaliar os resultados obtidos nos dez anos que sucederam a Conferencia Rio 92, foram debatidos assuntos de grande importância para as organizações mundiais, assuntos que influenciaram de forma direta a sua produção e sua responsabilidade para como será utilizado seu produto e como será feito seu descarte posteriormente ao uso, foram debatidos os temas de racionalização do uso de energias, opção pela reciclagem, combatendo o desperdício, otimização do uso das matérias primas escassas e não renováveis, foram questões que moldaram novas perspectivas na qualidade ambiental.


Para Silva Filho e Sicsú (2003) o novo paradigma empresarial busca reverter às antigas dificuldades fundamentando-se em fatores relevantes dentro da empresa como: cadeia de valores, flexibilização dos trabalhos, processos de melhoria continua e redução do ciclo de vida de fabricação.

O MARKETING AMBIENTAL

A consciência empresarial está cada vez mais atenta ao pensamento de seus consumidores, a população por sua vez esta tendo preferência por produtos que agridam menos o meio ambiente, tornando as questões relacionadas ao meio ambiente como um ponto estratégico para diversas empresas.

Segundo, Dias (2007), existem cinco razões possíveis para as empresas adotarem o marketing ambiental:

1. As organizações percebem que o marketing ambiental pode ser uma oportunidade que pode ser usada para atingir seus objetivos.

2. As organizações acreditam que têm uma obrigação moral de serem responsáveis socialmente.

3. As organizações governamentais estão forçando as empresas a serem mais socialmente responsáveis.

4. As atividades ambientais dos competidores pressionam as empresas a modificar suas atividades de marketing ambiental.

5. Fatores de custo associados com a disposição de resíduos ou reduções no material utilizado forçam as empresas a modificar seu comportamento.

De forma geral, as organizações têm pensado no padrão de consumidor que começou a ganhar espaço notável no mercado, é o consumidor verde, Dias (2007), define o consumidor verde como “consumidores que manifestam uma preocupação com o meio ambiente, adotam um comportamento coerente com esses valores, são qualificados como consumidores verdes ou ecológicos”.

Esse novo cliente manifesta sua preocupação com a origem do produto que consome, busca sempre empresas que aos seus olhos não causem impactos negativos ao meio ambiente, bem como valoriza as empresas com programas socioambientais, em geral são consumidores que podem até mesmo pagar mais por um produto ecologicamente correto.

O quadro 1, mostra as principais preocupações dos consumidores brasileiros em relação às empresas onde consomem produtos.

QUADRO 1 – DEZ PRÁTICAS EMPRESARIAIS MAIS VALORIZADAS PELOS CONSUMIDORES BRASILEIROS

1. Manter programas de contratação, capacitação e promoção de mulheres, negros e pessoas com deficiência, igualdade de oportunidades;

2. Metas para reduzir as desigualdades de gênero, raça e em relação a pessoas com deficiência, visando diferenças de salários e benefícios;

3. Não utilizar trabalho infantil e trabalho forçado e exigir em contrato o mesmo compromisso de toda a sua cadeia de valor;

4. Assegurar aos trabalhadores uma remuneração que garanta um nível de vida adequado para eles e suas famílias;

5. Manter programas para racionalização e otimização do uso da água;

6. Garantir ao trabalhador terceirizado as mesmas condições de saúde e segurança no trabalho dos empregados regulares;

7. Manter programas para racionalização e otimização do uso de energia;

8. Não utilizar e desenvolver programas para eliminar o trabalho infantil e o trabalho forçado em toda a sua cadeia de valor;

9. Adotar medidas em relação a seus produtos e/ou serviços que visam minimizar os riscos à saúde e segurança do consumidor ou cliente;

10. Promover programas de educação do consumidor quanto aos impactos sociais e ambientais relativos a seus hábitos de consumo.

FONTE: Instituto Akatu. Dísponivel em:

A partir desta analise podemos verificar o quão importante a questão ambiental é importante para as organizações empresariais, na perspectiva de manter ou atrair novos consumidores.


REFERÊNCIAS

ANDRADE, Rui Otavio Bernardes de; TACHIZAWA, Takeshy; CARVALHO, Ana Barreiros de. Gestão Ambiental: Enfoque Estratégico Aplicado ao Desenvolvimento Sustentavel. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000. 231 p.

NASCIMENTO, Luis Felipe; LEMOS, Angela Denise da Cunha; MELLO, Maria Celina Abreu de. Gestão socioambiental estratégica: Porto Alegre: Bookman, 2008. 229 p.

VALLE, Cyro Eyer do; LAGE, Henrique. Meio Ambiente: Acidentes, Lições, Soluções. São Paulo: Senac São Paulo, 2003. 256 p.

SILVA FILHO, Julio Cesar Gomes da; SICSÚ, Abraham Benzaquem. Produção Mais Limpa: uma ferramenta da Gestão Ambiental aplicada às empresas nacionais. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 23., 2003, Ouro Preto-mg. Disponível em: . Acesso em: 04 abr. 2011.

DIAS, Reinaldo. Marketing Ambiental: Ética, Responsabilidade Social e Competitividade nos Negócios. São Paulo: Atlas, 2007.


OBS: ESSE TRABALHO É UMA PARTE DE UM ARTIGO QUE EU MESMO ESCREVI, SE QUISER LER NA INTEGRA, É SÓ ME MANDAR UM E-MAIL QUE LHE ENVIO.